Rock in Rio 2017: saldo positivo.




Eu tive ontem (sábado) no Rock in Rio, pela primeira vez na minha vida.

Os organizadores estão de parabéns, de modo geral.

O lugar está bonito e estruturado. As fachadas das lojas ficaram transadas, o palco principal ficou sensacional, com 3 telões gigantes. Criticável só é ter uma estrutura na frente do palco que tapa um pouco a visão das atrações em alguns ângulos, mas 3 telões gigantes de alta definição não deixavam ninguém perder nada do show.

Não vi um único incidente. A lotação também não chegou a incomodar. Havia até drones com leds, vigiando e ornamentando o lugar. Pessoas com cangas deitadas na grama artificial em diferentes pontos até  lembravam o clima de idos festivais, mais românticos. Marcavam presença também áreas de Games, uma roda gigante (com padrões variáveis de azul e laranja, as cores do Itaú) e uma montanha russa. Finalmente, uma tirolesa passavam em frente ao palco principal, proporcionando aos usuários uma vista única.
           
A organização está de primeira. Há bastantes opções de comidas, algumas bem interessantes, como "O melhor pastel do mundo”. Refrigerantes e cervejas circulavam entre as pessoas, só via copos plásticos. Os banheiros funcionaram bem, inclusive no quesito limpeza, embora as mulheres enfrentassem filas grandes. O som estava de excelente qualidade, nada empastelado.
                 
A ida de BRT foi tranquila com um ônibus expresso. Na volta, eles organizaram um longo corredor polonês da saída da cidade do Rock até a estação BRT incluindo uma rampa. Isso foi feito de forma que a caminhada até a estação, cerca de 40 minutos de passos lentos, quase garantia que o tempo final de espera seria mínimo. 
              
Bizarro era eles terem mantido o acesso embaixo da rampa de acesso à estação, o que fazia algumas pessoas se agacharem por baixo da rampa, para acessar outra escada no fundo, que também acessava a estação.
             
Quanto à música, claro, é uma questão de gosto. Além do palco principal, há vários outros palcos menores, com artistas alternativos.
                 
O Skank mandou bem seu recado, como sempre. No meu entender, é um dos melhores conjuntos que surgiram na década de 90 (1991), depois dos principais expoentes do Rock Brasil que vieram nos anos 80 (Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Legião Urbana, RPM, Titãs, Barão Vermelho, etc.).
                                                                                         
O cantor Shawn Mendes só agradou alguns dos mais jovens. Para mim, eram músicas lentas e desconhecidas que demoravam a acabar e não ajudaram elevar o clima do festival.
                                                                                                    
A cantora Fergie foi quase pura gritaria, dando vontade de tapar os ouvidos a maior parte do tempo. Teve até alguma dose de demagogia com convidados brasileiros e uma bandeira do Brasil. Por mérito próprio da Fergie, excetuando-se a balada “Big Girls Don’t Cry”, a penúltima do show,  nada se salvou, nem mesmo a música que fechou o show  e a consagrou (I Gotta a Feeling), mas sem a presença do Black Eyes Peas, os intérpretes originais.     
                                                          

Quanto ao Maroon 5, ainda que seja pura música pop comercial sem pretensão de revolucionar a música,  é preciso dizer que o show foi de primeira, levantou completamente o público do início ao fim, com um invejável exibição de energia, hits, interpretação visceral do Adam Levine e boas guitarras. 

Por  exemplo, a música Sugar de 2014, que encerrou o show é supercontagiante. Ela foi divulgada através de um dos vídeos mais vistos do YouTube de todos os tempos (2,3 bilhões de exibições).



Claro que eu imaginaria atrações musicais mais do meu gosto, mas o público-alvo típico do Rock in Rio não é composto de pessoas como eu.  Em um Rio dentro de um momento de tão baixo astral, sempre dá satisfação ver alguma coisa que funcione bem e ajude a levantar a moral da nossa cidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ciro: Desconstruindo lendas

Sempre se diz por aí que o desempenho de Ciro no governo do Ceará no período 1991–1994 foi excepcional. De fato, foi um bom governo,...