Memórias prévias de um Facebook Ad. I

Esse texto abordará a questão do desenvolvimento, apenas

HTML e CSS

Linguagem de marcação e formatação de uma página HTML. É impressionante a quantidade de caminhos para se chegar ao mesmo lugar, especialmente em termos de posicionamento dos elementos. E as diferenças entre os navegadores / browsers são perturbadoras. Para uma pessoa, como eu, que não está no dia a dia de programação, foi um processo árduo com constantes consultas ao StackOverflow.

Javascript


Essa é a linguagem universal dos navegadores / browsers. É usada, de alguma forma, por nada mais do que 95% dos sites. Muitos dos frameworks criados para desenvolvimento de aplicativos de celulares são construídos em cima dele.

A linguagem é enorme, poderosa e confusa. Em muitos casos, há diversas maneiras diferentes de fazer a mesma coisa. É uma linguagem típica de comitê.
Só um exemplos bizarro: o método getMonth retorna de 0 a 11 e não  1 a 12, como seria de se esperar.
É a minha terceira incursão mais punk nessa linguagem a partir de 2017, como mesmo drama do HTML e CSS das pequenas diferenças entre browsers.

O Chrome DevTools acoplado ao navegador Chrome é muito bom e facilita a depuração do Javascript.

PHP

Mais uma linguagem típica de comitê.  Esse projeto foi  minha maior incursão na linguagem até hoje, acoplada com o uso intenso de MySql. A linguagem tem uma fixação doentia com ponto e vírgula, e retorna implacavelmente apenas Internal Error 500, sem indicação de linha.

Se você não usa um syntax checker  e uma ferramenta de PHP online, você se arrisca a perder a sanidade.

Desenvolvimento
Desenvolvimento

Antigamente o projeto de uma linguagem de programação era sólido e a documentação perfeita. Hoje a documentação é vasta, mas imprecisa, no entanto, há uma ampla comunidade usando  e interagindo uns com os outros.

Infelizmente os nerds conquistaram o mundo e as linguagens tipo C venceram.  Ponto e vírgula, linguagens que diferenciam maiúsculas de minúsculas, comando ++ e +=, comandos de controle com blocos e as detestáveis chaves ({}).

Há uma fixação extrema e exagerada por linguagens orientadas  a objetos, como se  fosse uma panaceia.

PagSeguro

Suporte inexistente. O desenvolvedor fica entregue à própria sorte. A documentação do site é confusa e omite qualquer referência a PHP, usada ainda por 83% de todos os sites. Ao invés disso, parte da documentação se refere ao utilitário curl, que sequer é nativo do Windows, com uma explicação vaga. O suporte telefônico não sabe de nada e pede para se dirigir ao fórum, que, por sua vez, tem poucas respostas do PagSeguro. Os usuários ficam batendo cabeça uns contra os outros. No final, consegui fazer tudo, mas dói. É um retrato do Brasil, eles querem que coloquemos pagamento PagSeguro no nosso site, mas não dão o apoio suficiente. Só funciona direto para quem colocar direto o código do botão, sem qualquer possibilidade de teste.

Intervenção Federal no Rio: boa ou ruim?

O Brasil agora tem 100 milhões de especialistas de segurança com opiniões abalizadas contra ou favor da intervenção.

Eu não tenho propriamente uma opinião formada  definitiva sobre a questão da intervenção. Não sou especialista, o que não me impede de ter algumas opiniões.

Candidamente, falo igual ao Tiririca: "Pior do que está não fica". Pode ficar igual e pode melhorar um pouco. Não acredito tanto, mas pode até piorar.  Por outro lado, poderão haver "acordos" que "pacifiquem" um pouco as disputas e nos aproximem do que parece acontecer no estado de São Paulo, onde a mortalidade por 100.000 habitantes gira em torno de 8, que é muito baixo em se tratando de Brasil.

De todo o modo, se o próprio Pezão abdicou do poder por se sentir completamente impotente, do jeito que está não poderia ficar. Ou seja, a intervenção passou a ser inevitável.

Deprimente é o Temer usar isso com finalidade eleitoreira, como está se dizendo. No entanto, independente disso ser verdade ou não, todos sabem que o Temer "Tem que manter isso, viu"  é deprimente como um todo.

Deve-se destacar que o treinamento dos militares não é voltado para o combate ao crime.  E a truculência também costuma imperar, podendo vitimar ainda mais moradores. E também se engana quem acha que não há corrupção. É apenas uma questão de uma negociação mais complicada, mas ainda possível.

Independente da polêmica de Direitos Humanos, é preciso que as pessoas entendam que meramente matar bandidos não resolve o problema da segurança.  Mesmo que um líder de um grupo de milicianos ou traficantes morra, nada muda. Nesse mundo,  para cada "dono"  há dezenas de caras, dispostos a tudo, inclusive ao risco de morrer, para ocupar o lugar do morto.


Confronto direto sem planejamento, em geral vaza, de forma que só peixinho é preso e, mesmo que não vazasse, não afeta o mercado, quer seja de venda de proteção, intermediação de serviços públicos ou drogas. Ser líder em uma comunidade, significa riqueza, popularidade, poder e influência. A maioria absoluta dos líderes são homens e chegam a arregimentar várias mulheres que o servem. Muitas crianças crescem, viram adolescentes,  e sonham em ser um desses líderes. É o topo da cadeia alimentar nesse mundo para muitos alfas.

Eu acho graça quando ouço alguém fala que basta vigiar nossas fronteiras de forma eficiente. Em tese, sim. Isso seria possível no mundo ideal. Na prática, é quase impossível. Pela combinação da extensão infindável de nossa fronteira, precariedade de equipamentos e pessoal, falta de recursos, amplo acesso multimodal por água, ar e terra, combinado com a extensa corrupção nas fronteiras.


Os EUA, com muito mais recursos, pouco sucesso obtiveram. A droga chega lá de tudo que é jeito, até de submarino. No caso da cocaína, nada é nativo, já que não existe plantação de coca, a matéria prima, nos EUA. 

 
O filho do Pablo Escobar conta que o Pablo Escobar não teria entrado com tanta droga nos EUA se não fosse por "acordos" corruptos com o FBI para criar rotas de entrada nos principais aeroportos.
      


Nos EUA, centenas de bilhões de dólares foram gastos e o resultado obtido foi amplamente pífio, no caso do mercado de drogas. Nunca, proporcionalmente, morreram tantas pessoas de overdose.      

 
Eu também não acho que mudar  mudar o Código Penal, ou o Código de Processo Penal; ainda que possa ser feito, toca no cerne da questão da Segurança. O problema, em geral, não são nossas leis, é a aplicação delas.  Lógico que podem ser feitos ajustes aqui e ali, particularmente na questão das prescrições das penas, que são computadas erroneamente crime a crime.  Também é fundamental que a prisão após a condenação na segunda instância seja mantida pelo STF.
     


Do mesmo modo, não acho que a questão das armas toque seja relevante para os índices de violência no Brasil.  Os elementos culturais, políticos e socais de um país se sobrepõe muito à questão da quantidade de armas por 100 habitantes.    

Se alguém analisar no Wikipedia os homicídios por 100.000 habitantes e o número de armas por 100 habitantes na América Latina, vai entender que a correlação é virtualmente nula.
É um relacionamento multifatorial.   

Quando a polícia mata um (pretenso) bandido e a população comemora, muitos comemoraram, supondo que o Rio está ficando mais limpo.

Não sabe de nada, inocente.    


Por trás dessa morte, pode haver várias histórias, além da visão mítica do policial bom matando um bandido cruel: os policiais podem estar a serviço pago de um bando rival, podem estar forçando a barra para se aumentar o valor da propina, ou meramente matando por uma extorsão não bem-sucedida, ou simplesmente eliminando desafetos.   


★★★

No meu entender, as verdadeiras dimensões ligadas à segurança pública incluem:     


1) A mais séria das questões envolve
o conluio do crime organizado com importantes setores da polícia. Isso torna qualquer ação de combate ao crime, um processo de enxugar gelo e  em uma sucessão de atos de espetaculosidade forçada e midiática.  É um tarefa extremamente difícil e, de certo modo, dependente de recursos. Além de tudo, hoje a polícia militar é extremamente mal paga para arriscar sua vida.      


2) Emprego de tecnologia, s
erviços de inteligência, infiltração, rastreamento e sufocamento financeiro.

3) Diminuição da impunidade em todas as esferas, que se traduz por processos que levam anos e anos. Isso passa por uma diminuição dos ritos, recursos, informatização, automação, teleaudiências, etc. A maior parte nem depende de quaisquer mudanças nas leis.

4)
A recuperação do ex-detento no Brasil é uma das mais baixas do mundo.
Então deve-se resgatar a prisão como elemento de recuperação do preso, mas sem ingenuidades.     

Muitos caras ligados a facções e crimes mais graves e recorrentes são virtualmente irrecuperáveis. Agora colocar o pobre diabo que roubou um pão na mesma cela de um perigoso bandido, é contribuir para criar uma relação professor-aluno.  Esse tipo de cara, em geral, nem deveria ficar em um prisão. Nem o cara que foi pego com gramas de maconha. Muitos mofam na prisão temporária por simples falta de medidas burocráticas, na ausência de advogados, que ficam presas em algum tipo de geladeira.

Acho  importante que o preso trabalhe dentro da prisão, para ajudar a baratear seu custo. Hoje é muito caro manter nossa população carcerária, agravado pela corrupção prevalecente.  É preciso também atacar com vigor essa corrupção, que na prática possibilita que pessoas comandem grupos e ataques de dentro da prisão.

5)  O comércio de drogas é  impossível de acabar. É doloroso ter que afirmar isso, já que droga é realmente algo terrível e o vício nela é  algo muito triste.  No entanto, fatos, como se diz, são coisas teimosas.

Não há lugar no planeta onde ela sequer diminuiu. Nem na Indonésia, que tem pena de morte para tráfico. Deve-se focar mais na violência e criminalidade conectada a ela, do que na venda em si.

Nos tempos iniciais da UPP, foi exatamente isso que aconteceu. A violência e a criminalidade caíram, mesmo mantendo-se  a venda de drogas intacta.
Legalizar ainda é uma utopia para o Brasil e não há quaisquer perspectivas disso acontecer.

Ciro: Desconstruindo lendas

Sempre se diz por aí que o desempenho de Ciro no governo do Ceará no período 1991–1994 foi excepcional. De fato, foi um bom governo,...