Não existe PT, existe Partido do Lula.

Fica óbvio que o PT não existe de verdade fora do Lula. O que temos é o PDL (Partido do Lula).

Lula é visto como o candidato natural do PT, mesmo sendo réu em 6 processos (até agora) e  já tendo sido  condenado por um deles em primeira instância.

Lula é o Início, o Fim e o Meio do PT, como já cantava Raul Seixas.

Para um punhado de gente, Lula é o mártir, o herói, a lenda viva que veio de uma família humilde, enfim, o pai de todos os brasileiros. Enfim, uma figura mítica, inabalável mesmo diante de suas inúmeras incontinências verbais, palavrões, xingamentos e impropérios registrados em dezenas de vídeo.

No fundo, o PT, a despeito da diversidade dos seus quadros e tendências (especialmente até alguns anos atrás) não vai muito além de Lula e os seus Red Caps.

Se Lula não sair candidato, Fernando Haddad servirá apenas como um poste, dessa vez masculino, mas sem a menor chance de se eleger.

O lulismo  representa,. em menor escala, fenômeno similar ao chavismo na Venezuela. Só faltam os enormes cartazes em cada esquina e o adjetivo de supremo comandante.

A impressão que eu tenho é que mesmo se Lula fosse pego em flagra estuprando a irmã de um dos seus adoradores, esse  iria encontrar algum meio de culpabilizar a irmã.

Se ele fosse eleito de novo (Deus me livre!), aí sem teríamos uma figura messiânica, chamando o povo à resistência, que moldaria o STF, o MPF e a Polícia Federal aos seus desígnios, abrindo caminho para uma dinastia a lá Hugo Chávez, já que com o controle do judiciário, rapidamente ele iria quebrar qualquer ingerência do legislativo.

O PT não se arriscaria meramente nomeando juízes ou procuradores simpatizantes da esquerda. Ele nomearia acólitos ainda piores do que  Dias Toffoli, que se notabiliza pelo seu currículo anoréxico, e sua fidelidade canina ao PT.

Enfim, espero que 4o. TRF feche logo a tampa do caixão e que Lula interrompa essa sua patética
cruzada no Nordeste.

Lenda: o Congresso é coalhado de pessoas sem voto


Vários grandes órgãos de imprensa, como El Pais, Estadão, Band e Exame,  estão incansavelmente repetindo a mesma bobagem:  o atual sistema eleitoral levaria gente para Brasília com muito pouco voto.

A reportagem do El Pais, por exemplo, declara que apenas 36 dentre os 513 deputados, estão lá por mérito próprio.

Nada mais falso. Mesmo a grande imprensa, por vezes, abdica da pesquisa que seria necessária, antes de publicar bobagens como essa.

Para provar isso para todos interessados, vamos começar pelo começo:

Quociente eleitoral = arredonda ( votos válidos / número de cargos em disputa.)
Quociente partidário = trunca ( votos válidos no partido /quociente eleitoral )

Ver os conceitos aqui.


Isso não expressa a quantidade de votos individuais necessária porque pressupõe que não haja dispersão da quantidade de votos em cada candidato. Só que não só há a dispersão citada, com há muita!

Vou dar um exemplo, sem sobras de quociente partidário para não complicar demais:

Vamos supor que existam 100 votos válidos, 50 candidatos, 10 vagas e 4 partidos A, B, C, D que obtiveram 40, 30, 20 e 10 votos válidos respectivamente.

O quociente eleitoral, nesse caso, é 100/10 = 10 votos.

O quociente partidário de A,B,C,D será exatamente de 4, 3, 2 e 1 deputados respectivamente.

Se 10 candidatos concentrassem todos os votos, aí cada um teria que ter 10 votos para se eleger, totalizando os 100 votos e aí seria eleitos candidatos apenas pelos votos do quociente eleitoral.

Só que isso não acontece. A votação, na prática, é extremamente dispersa e no final são mesmo eleitos os deputados mais votados, com poucas exceções.

Suponha uma distribuição de votos assim:

Cand 1: Part B: 13 votos
Cand 2: Part A: 11 votos
Cand 3: Part A: 8 votos
Cand 4: Part C: 8 votos
Cand 5: Part D: 8 votos
Cand 6: Part B: 7 votos
Cand 7: Part A: 7 votos
Cand 8: Part A: 7 votos
Cand 9: Part C: 6 votos
Cand 10: Part C: 3 votos
Cand 11: Part B: 2 votos
Cand 12: Part A: 2 votos
Cand 13: Part A: 1 voto
Cand 14: Part A: 1 voto
Cand 15: Part A: 1 voto
Cand 16: Part A: 1 voto
Cand 17: Part A: 1 voto
Cand 18: Part B: 1 voto
Cand 19: Part B: 1 voto
Cand 20: Part B: 1 voto
Cand 21: Part B: 1 voto
Cand 22: Part B: 1 voto
Cand 23: Part B: 1 voto
Cand 24: Part B: 1 voto
Cand 25: Part B: 1 voto
Cand 26: Part C: 1 voto
Cand 27: Part C: 1 voto
Cand 28: Part C: 1 voto
Cand 29: Part D: 1 voto
Cand 30: Part D: 1 voto

O resto dos 20 candidatos não teve nenhum voto válido, dentro de nossa suposição.

Eleitos pelo Sistema Atual
Partido A: 2,3,7,8
Partido B: 1,6,11
Partido C: 4,9
Partido D: 5

Eleitos pelo "Distritão" (os mais votados)
Partido A: 2,3,7,8
Partido B: 1,6
Partido C: 4,9,10
Partido D: 5

Nesse caso, A adoção do "distritão" só trocaria o 11 do partido B, que teve 2 votos, pelo 10 do partido C, que teve 3 votos. Ou seja, os votos da legenda puxariam o 11 no lugar do 10.

Em resumo:

Há 2 eleitos por votos próprios, em conformidade com o que El Pais afirma: 1 e 2.

No entanto, a verdade é que 9 dos 10 seriam eleitos por mérito próprio e não 2.

Não estou falando aqui dos suplentes de senadores. Isso é outra questão. 


 

A ilusão de se mudar o Brasil através do voto infelizmente é tênue.

A esmagadora maioria da população brasileira não tem formação e/ou preparo suficiente para discernir maçãs podres na cesta de maçãs (a maioria delas, por sinal).

Vota-se em um candidato como se fosse uma marca de sabão em pó, onde o Marketing fala mais alto que qualquer outro valor. Desse modo, o que conta mesmo é o dinheiro que cada um tem para fazer sua campanha e não a qualidade do candidato.

Onde entra o  dinheiro, entra também os interesses dos seus financiadores, quer sejam oficiais ou via caixa 2.  Como as doações de pessoa jurídica estão proibidas, as doações de pessoas físicas são tradicionalmente baixas e o fundo eleitoral é insuficiente,  as próximas eleições serão comandadas  basicamente pelo caixa 2.

Desse modo, a influência direta do nosso nicho no resultado de uma eleição é baixo. Só resta tentar influenciar, de algum modo, essa massa de eleitores, que não tem e nem terão tão cedo consciência do seu papel.




O sistema distrital puro tem o mérito de aproximar muito o eleitor do candidato e baratear extremamente o custo da eleição em relação às eleições proporcionais, sistema adotado hoje.  Mesmo com a desvantagem de regionalizar os debates durante a eleição, no final a responsabilidade do deputado federal termina se impondo sobre questiúnculas locais, como se verifica em países que adotaram esse sistema, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e França.



A charge, maravilhosa por sinal, é de Glauco, aquele cartunista assassinado. Mais charges dele aqui.

Nova mentira da esquerda: Moro teria ajudado o Temer.




A criatividade dos sites de esquerda contra o Moro não tem limites.

Eles acusam o Moro de ajudar Temer ao vetar uma pergunta que o Eduardo Cunha tinha sugerido que seja feita para ele no interrogatório:


34-“Vossa Excelência tem conhecimento se houve alguma reunião sua com fornecedores da área internacional da Petrobras com vistas à doação de campanha para as eleições de 2010, no seu escritório político na Avenida Antônio Batuíra, nº 470, em São Paulo/SP, juntamente com João Augusto Henriques?”


O tal artigo transcrito do site Tijolaço, diz, em certo ponto:


“.... Foi essa situação, chocante e escusa, da qual Sérgio Moro protegeu o Sr. Michel Temer ao vetar a pergunta de número 34 da lista de questões feitas por Eduardo Cunha ...”


É óbvio que, nesse caso, se Moro aproveitasse a deixa e perguntasse ao Eduardo Cunha tais questões, ele, Eduardo Cunha, simplesmente permaneceria calado, exercendo seu direito legal de fazer isso.


A tal lista de perguntas era apenas um recado de chantagem para o Temer e outros coligados. 


O artigo 187 do Código de Processo Penal diz claramente que as perguntas precisam ser ligados à pessoa e ao processo (ver no final desse artigo, a lei na íntegra)

Portanto tal artigo do Tijolaço é voltado para gente com baixo espírito crítico e munido de ignorância jurídica.


Não faz sentido o Eduardo Cunha determinar, em nome de uma chantagem, que o Juiz pergunte sobre fatos não pertinentes ao processo ao qual ele está sendo julgado, para ele, Eduardo Cunha, usar o interrogatório como meio de satisfazer seus interesses pecuniários.


Se o Eduardo Cunha quisesse dar declarações espontâneas contra o Temer, em outro contexto que não seja o interrogatório formal ao qual ele estava sendo submetido, ninguém o pode impedir.


É óbvio que ele usou a tal lista como meio de pressão contra o Temer e não porque ele realmente quisesse falar.




Para os mais interessados, aí vai o artigo 187 na íntegra:

"Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.


§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.


§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:


I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;


II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;


III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;


IV - as provas já apuradas;


V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas;


VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;


VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração;


VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa. "

O desemprego está baixo nos EUA devido ao Trump?





As pessoas desavisadas leem uma notícia como acima e rapidamente concluem que Donald Trump é o presidente que tem feito isso acontecer.

No entanto, a verdade é quase sempre menos simples do que afirmações absolutas como essa.

1) A taxa de desemprego está baixa por razões macroeconômicas internas e externas aos Estados Unidos, não especificamente por qualquer medida que Trump tenha tomado, sem fazer aqui qualquer juízo de valor.

2) É uma atitude muito personalista criar uma relação direta entre uma pessoa e uma variável macroeconômica dessa magnitude. 

3) Uma variável macroeconômica não pode ser analisada apenas por um ponto do gráfico. É preciso olhar para a floresta  e não para árvore. 



A tendência de queda do desemprego nos EUA vem acontecendo sistematicamente desde meados de 2010.

De modo geral, a taxa de desemprego nos EUA, lugar que prevalece praticamente um ambiente de  livre negociação entre patrões e empregados, é bem mais baixa do que a taxa de desemprego na Europa, medida por critérios semelhantes.

Só a Alemanha, República Checa e a pequena Ilha de Malta estão com taxa de desemprego menor que os EUA.



A era PT foi mesmo um paraíso do crescimento econômico?

Aqui temos uma dimensão real  do que realmente significou o milagre econômico na era Lula.

Quando analisado do ponto de vista relativo deixa de ser um milagre. Já falei sobre isso no passado, mas nunca é tarde para retomar, em uma era que a verdade tem sido tão chicoteada.

A renda per capital por paridade de capital, quando atualizado monetariamente para a mesma base, é um meio excelente de medir a prosperidade média da população.

Obviamente, ele não dá conta da desigualdade, mas é  um bom ponto de partida. Não está aqui se negando que o governo Lula expandiu muito o Bolsa Família que era denominado Bolsa Escola no tempo do FHC.

Os dados, via FMI, estão todos aqui e estão  todos atualizados monetariamente para os dias atuais.

Os melhores países para se comparar com o Brasil, em termos de desenvolvimento, não é o BRICS , ou a Europa ou os Estados Unidos. É a  própria América do Sul, expurgada da Argentina e Venezuela, que tiveram comportamentos atípicos no período. São países em desenvolvimento com exportação de commodities. Estamos falando do Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

Aqui eu tomo a renda per capita com  paridade do Brasil nos períodos FHC1, FHC2, Lula1, Lula2 e Dilma, em relação à média da renda per capita com paridade desses 7 países em 1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2015 (último ano inteiro da Dilma)

1994: 38,4% : último ano do Itamar - ano do Plano Real
1998: 25,2% : 1o governo do FHC -  o fim da inflação torpedeou o crescimento
2002: 37,7% : 2o. governo do FHC -  o crescimento relativo voltou. As bases estavam lançadas.
2006: 29,2% : 1o. governo do Lula -  o crescimento absoluto foi grande inegavelmente, mas relativamente o Brasil foi pior do que o resto da América do Sul. O mundo todo surfou bem.  Em resumo, poderíamos ter surfado melhor.
2010: 29,6% : 2o. governo do Lula - patinamos  com os outros países, porque a crise não nos apanhou tão de cheio a princípio.
2015: 11,6% : governo da Dilma - um desastre: perdemos 18% em 5 anos, proporcionalmente mais do que os 13% que os 4 anos do 1o. governo do FHC, mas sem nenhum dragão da inflação a ser morto, sendo que o auge da crise de 2008 já tinha passado.

Em resumo, só pelo renda per capita PPP, temos o seguinte ranking relativo:

1o) 2o. governo do FHC: +12,5% Melhora relativa s/ os 7 países da cesta da América do Sul.
2o) 2o. governo do Lula:  +0,4%
3o) 1o. governo do Lula:  -8,5%  Piora relativa s/ os 7 países da cesta da América do Sul
4
o) 1o. governo do FHC: -13,2%
5o) governo da Dilma:  -14,4% (pro rata de 5 anos para 4)

A queda total da era PT foi de  -22,5% relativo ao resto da América do Sul.

Pegue, por exemplo, o Peru, que é um dos exemplos mais marcantes de progresso na América do Sul. Em 2002, o Brasil tinha uma renda per capita com paridade do poder de compra 71,6% acima do Peru. Em 2015 essa diferença estava reduzida para apenas 27%. E qual o modelo de governo lá. É o oposto do que se entende por esquerda. Eu vi isso em uma viagem recente que fiz ao Peru. O progresso e visível.

Antes que alguém proteste, devo lembrar que essa análise é relativa, comparando-se o desempenho com países de uma cesta. É óbvio que o primeiro governo do Lula foi a era de maior crescimento do PIB e, portanto, da renda per capita.



Agora vamos ver a era Kirchner como um todo, sobre essa mesma cesta de 7 países: Nestor Kirchner assumiu em 2003 e a Cristina largou o osso no final de 2015:

2002: 47,8% - antes
2015: 45,3%depois -   uma queda de 2,5%, muito crescimento e muita queda durante esse longo período)



Falta a  Venezuela. É literalmente chocante. Lá continua a tal ditadura.

1998:
71,4%  - Último ano antes do Hugo Chávez - até 1997 era o país com maior renda per capita com paridade da América do Sul, em 1998 havia um empate técnico com a Argentina.
2016: -4,4%
2017: -13,4%
(projeção)


Eu viajei para a Venezuela  em 1998  por mais de 20 dias, conhecendo diferentes recantos e fiquei muito impressionado na época com a pujança.

Ciro: Desconstruindo lendas

Sempre se diz por aí que o desempenho de Ciro no governo do Ceará no período 1991–1994 foi excepcional. De fato, foi um bom governo,...