Crivella no Rio: Chegou a hora de cuidar das pessoas?


Chegou a hora da cuidar das pessoas. Quando será chegada essa hora?


Lógico que filosoficamente os subsídios da prefeitura com os desfiles das escolas deveriam mesmo ser cortados, embora não na forma e no tempo que isso aconteceu. A LIESA é uma entidade privada que é uma caixa preta e sabemos que sua reputação é péssima.

Se eu fosse o prefeito, teria anunciado isso no primeiro mês de governo, depois de me reunir com a LIESA e representantes da iniciativa privada, ligados a área de Turismo.

O gasto de R$ 24 milhões de subsídio será reduzido em 50% ficando R$ 12 milhões. São R$ 12 milhões de economia, o que sempre é alguma coisa.

E, no final dará tudo certo porque a iniciativa privada vai dar seu jeito para não afetar o Carnaval, a despeito de toda a chantagem da LIESA, que ameaça não realizar o desfile esse ano.

O engraçado é o prefeito alegar que o dinheiro será usado nas creches.

O portal Rio Transparente contém as despesas reais da Prefeitura já realizadas, ainda que não pagas, atualizadas até o dia de hoje (21 de junho).

Ele mostra dados assaz interessantes, quando se extrai os dados de 2016 e se confrontam com os dados de 2017.

Será que ele está cuidando das pessoas, como Crivella prometeu em campanha?

Alguém sabia que o órgão que teve o maior aumento de despesa em 2017 será disparado o Gabinete do Prefeito?

Lá se concentram os gastos diretos da cúpula da prefeitura.  Até agora se gastou lá R$ 90,2 milhões, projetando para o final do ano R$ 192 milhões, mais de 5 vezes o gasto de 2016 (R$ 37 milhões).  

Isso é curioso quando se observa uma queda de 25% das despesas de cunho social (incluindo as creches) que projetam uma queda de R$ 414 milhões para R$ 312 milhões. Ou seja, o que se tirou da área social se colocou no gabinete da prefeitura, com sobras. É um caminhão de dinheiro para se gastar apenas com gabinete.

Além do gabinete, os gastos da prefeitura só projetam alta na Secretaria Municipal de Ordem Pública e na Secretaria Municipal de Fazenda. O gasto total da prefeitura projeta uma queda de 28% para o final do ano. Em 2016 o gasto alcançou R$ 28,7 bilhões.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública projeta um aumento de despesas da ordem de 62% (R$ 59 milhões). No caso, seria mais justo chamar de desordem pública, observando-se o caos urbano e o aumento desordenado na quantidade de camelôs que pode ser observado no Rio esse ano.

Também a Secretaria Municipal de Fazenda projeta um aumento de despesas em torno de 31%, que irá alcançar algo em torno de R$ 380 milhões. Sabe-se lá a que se deve esse expressivo aumento.

Excetuando-se adicionalmente o Instituto Pereira Passos, que cuida do planejamento urbano e projeta um aumento estimado de 18%, todos os outros órgãos do Rio projetam queda de despesas esse ano, o que rima com a crise, que também atinge a esfera municipal.


E, curiosamente, a Geo Rio, também responsável para área de prevenção de enchentes, que está de mal a pior como vimos entre ontem e hoje, projeta um gasto mais de 18 vezes menor que o ano passado, projetando apenas R$ 6,6 milhões, contra R$ 122 milhões.

No andar dessa carruagem , deveremos ter um verão em 2018 debaixo d'água.

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